sábado, 29 de dezembro de 2012

Como será


Mas ei, amor... let it be. Eu sei que não fui muito boa nessa de deixar as coisas correrem por si só; sei que por vezes coloquei solidão e ego de lado pra ir atrás de você ou só pra ver qualquer cara por aí que parecesse um pouco com a sua. Mas ei, amor, apesar desse egoísmo todo que eu tenho aqui hoje, eu te digo e digo sem dúvidas, sem gaguejar, sem pensar nenhuma vez. Amor é sinônimo de insanidade:  Eu sei, eu sei, já não é a primeira vez que te digo isso. Mas amor de verdade é desse que se mede por todos os ''eu não acredito que fiz isso'', ''eu jamais faria isso de novo'', e ''eu nunca pensei em fazer tanto por alguém''. E vendo assim...você sabe. E digo logo, apesar desse sentimento meio torto, que nem sempre é de dois, continua sendo dele que eu quero passar minha vida provando. Porque ei, sentimento morno não cola comigo não,amor, você sabe. Não faz meu tipo nem de longe. Ou é ou não é. Eu que tanto peço por paz todos os dias, quero mais é distância dessa sorte de ''amor'' tranquilo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Bom dia


Antes de você sair e dar início ao nosso milésimo estado de sinto-alguma-coisa latente, me deixe te dizer só uma coisa: não apareça mais assim se não for pra realmente tentar ficar. É, tentar mesmo, porque nem eu sei mais se aceitaria esse tanto de preocupação e mágoa e lembrança boa embrulhada num pacote pra presente -quase de grego - com nome e sobrenome. Só não aparece assim. Eu puxo os tapetes, deixo as poltronas alinhadas, ajeito o porta retrato agora só meu na parede. Mudo os móveis de lugar, ajusto as cortinas. Daí você vem, primeiro como quem não quer nada, só sujando o piso com tudo aquilo que eu horas atrás coloquei pra fora. Troca tudo de lugar, deixa de ponta cabeça. E vê só, tudo de propósito. Tudo pagando pra ver por quantas vezes mais eu vou ter paciência de arrumar. Uns 5 minutos antes de chegar a hora, sai. Assim,sem mais nem menos, pela mesma porta que tá acostumado a entrar na hora que bem quer. Como se eu, passiva que sou, não tivesse autonomia nem sobre meu próprio lar. E talvez até seja assim mesmo,eu assumo. Esse meu lado de pedra se derrete todo quando te vejo pelo olho mágico com aquela cara de que não tem nada errado, como se nunca tivesse deixado de ser minha melhor visita, minha melhor segurança e salvação pra tudo que me me arranca uma pontinha de esperança por dias; como se não existisse a vida paralela que nós sabemos que existe; como se eu, por convenções do mundo e minhas, não devesse pertencer a outra casa. Esse meu lado de pedra expulsa gente quase todo dia de casa, pede que não volte, pendura plaquinhas de que não valho a pena por todas as paredes. Esse meu lado é o que coloca fitas interditando todo o lugar, alertando pro perigo que é se aproximar de mim. É arriscado demais. E pra que não voltem, mudo logo a fechadura uns 5 segundos depois. Assim mesmo, sem remorso nenhum. Mas parece que sempre que é pra mudar pra você, esqueço alguma coisa no meio do caminho e dou meia volta. E por aí vai ficando a mesma chave,pra mesma porta,pra mesma casa que você não quer deixar e que não queria também deixar de ser sua. Mas você sabe como é, eu não posso ser hóspede da minha própria casa. Eu não posso deixar que alguém ajeite o lar todo por mim pra ver depois que nada vai ter minha cara. Eu simplesmente não devo,não posso,não quero,nem vou. Antes da sua próxima visita lembre-se ao menos de limpar os pés no tapete.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Princípio e meio

Os meios não levavam a fim nenhum, porque todo aquele teatro só saciava as vontades momentâneas. Os dois, de um jeito diferente, não sabiam se dosar;   e ao invés dos pés no lugar das mãos, envolviam também pele, ossos, cérebro e coração. E na hora de romper e estabelecer uma barreira que evitasse isso tudo, acabavam chegando às conclusões que só traziam incerteza. E não tinha orgulho no mundo que prendesse isso do lado de dentro, porque vez ou outra,como nas frestas que permitem o sol, as fraquezas também se mostravam. Quem eram na verdade? O fio que parava de conduzir alguma coisa, os prendia...Porque quase nunca vemos as coisas como de fato são. E hoje, se perguntava: são mesmo? Tiradas as projeções, as idealizações e as vestes...o que sobrou? Não se sabia ao certo, mas quase sempre via-se   um ser pequenininho com medo, procurando porto seguro e se agarrando à água dos olhos que não segura ninguém mas também não afoga. Feliz pela existência dos poetas e das letras dessas músicas de amor que tiram o fôlego e que vez ou outra escapam pra uma realidade quase sempre amarga.

Sobre bagagens e máscaras

Era um desses dias com motivo pra se acordar com humor pior do que o habitual, mas ainda assim, acordou. Deu o tempo que precisa pra assimilar o dia novo, e tentou sorrir. Conseguiu. Trocou umas três palavras e seguiu o curso normal das coisas. Repetiu mentalmente tudo o que era agora, pra que em nenhum intervalo entre um segundo e outro esquecesse que agora tinha uma redoma de vidro lhe protegendo de qualquer sentimento e sensação que fosse. Aprendeu quando criança a cuidar bem de cada mágoa que tinha, pra evitar que sentisse saudade, arrependimento ou que desabasse em qualquer um desses impulsos comuns. Hoje,cada mágoa dessa era uma espécie de tijolo que lhe separava do mundo lá fora, tão cheio de incertezas e frustrações e dessa de não se conhecer nada nem ninguém ao certo. Se preocupou com os problemas da família, dos amigos, do cachorro e até com a almejada paz mundial, tudo pra não lembrar que por fim, não era de rocha. Pra não lembrar nem por uma reação involuntária, que se incomodava sim, que se magoava sim, que se envolvia sim. Era mais de carne,osso e emoção do que qualquer um e foi aí que as palavras caíram por terra, que as frases feitas viraram fumaça e que o coração pulsou pra mostrar que não era de gelo. E como não tinha mais o que se fazer, seguiu. Com a mala cheia, porque o coração já estava apertado demais...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ana, no more

Ana sabia o quão inútil e ingênuo seria se perguntar o porquê do coração disparado e da ansiedade. E tinha razão. Porque dessa vez,ela que sempre tem as respostas dos outros, atipicamente,tinha as suas também. Seria a primeira vez que Ana e ele não formariam um par nem se quer nos 3 segundos que se olham perdidos no meio dos outros. Não seriam deles mais nem por um fiapo de cabelo que fosse, nem nos filmes, nos escritos perdidos por aí ou nas notas de uma melodia que lembrasse qualquer passado ; e na realidade dos fatos e das convenções estabelecidas feito leis por eles mesmos e pelo mundo, não seriam mais dois nem aqui, nem amanhã. O fio que já não conduzia mais nada mas ainda assim ligava um ao outro, esticou tanto pelo danado do tempo que quebrou. Quebrou sem costura, sem jeitinho nenhum que consertasse. Quebrou de um jeito bonito, pra que nenhum nó nesse mundo, por mais bem dado e cego,surdo e mudo que fosse, atasse aquilo de novo. Os dois viraram dois estranhos. Ana passava em uma calçada diferente e em direção oposta à dele na rua que virou a vida dos dois. E não faziam a mínima questão de parar pra se cumprimentar ou encenar qualquer sorriso de canto de boca que fosse. Ele ia por terra, Ana pelo ar. Não falavam mais o mesmo idioma nem pelos olhos. Eram só mais dois passando por ali. Ana não olhava pro lado,nem permitia o coração que desregulasse o ritmo que tinha estabelecido na ausência dele; mas ainda assim, tudo aquilo era só resposta pras indagações inúteis de Ana.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sem poesia, por favor

"Nada mais me é óbvio,há poesia em tudo que se vê". Garota, essas tuas palavras ficaram pra trás,você bem sabe; quando te perguntaram o que eram os rabiscos no papel sobre as pernas e você com um sorrisinho falso disse 'não é nada'. O texto se tornou impublicável, foi pra lixeira ou pro fundo da gaveta,como tantos outros. Seja sincera com você. Pare de ver tanta poesia, pare de esperar qualquer frase de efeito para anteceder seus pontos finais. Hoje você vive um clichê desses de mal gosto, e certamente amanhã não vai mais poder falar da ação comprovada do tempo sobre suas feridas e cicatrizes. Eu sei que você fica procurando par nessas palavras que gritam seu nome, sua história e o que viveu; Mas esquece. Não é tempo de poesia. Não pra você. Não quero tornar as coisas amargas ou cinzas, mas te ver criar finais encantados me dói também. E você sabe, sua dor também é minha, porque sou eu que fico na sua cabeça toda noite te dizendo o que fazer e por onde ir. Colabore com você, deixe tudo em papel branco com uma caneta do lado,caso precise. Escreva suas próprias histórias sem pensar no final. Joga tinta por cima dessas letras molhadas e vamos procurar um rumo novo pra seguir. Não vai ser o caso de voltar atrás.

domingo, 12 de agosto de 2012

Singu(lares)

Imagino que existem sim motivos que nos levam a puxar a alavanca que faz o coração pulsar depressa e deixar por vez as mãos gélidas e a respiração travada. Entretanto, entre tantos - ou nem assim - motivos óbvios, acredito mais ainda nos atos falhos, em um jeito único; um modo milimetricamente diferente de executar qualquer ação que faz de alguém, convidado especial a se hospedar no espaço mais restrito e mais nosso de nós. Um jeito de falar, a falta de jeito pra se explicar e acabar complicando tudo e até o jeito de abrir os olhos depois do escuro. O que é errado e o que passa despercebido pelos demais, torna alguém único; nos tornando também. E daí passamos não só a aceitar, mas gostar de alguns defeitos tão partes de alguém que passam por um instante ou outro fazendo parte de nós também. E são esses pedacinhos que a gente vai procurar em outro canto, em qualquer canto. Aqueles que ninguém viu e nem desconfia. E, justamente por causa desses pedacinhos que não se encontram, que voltamos mais uma vez frustrados pra casa. Até que em algum momento, comecemos a descobrir os segredos de outro lar.



domingo, 3 de junho de 2012

O que se leva na mala

Se algumas coisas dependessem do que achamos certo, sem influência de sentimentalismo, impulso e vivências,  alguns caminhos poderiam ser mais rápidos, fáceis e eficazes. Mas, andar em prol só do resultado final, cego ao caminho, é deixar passar tanta parada, não obrigatória e bonita; é perder a chance de reafirmar o que quer que seja, se reafirmar pra trazer outras dúvidas boas de se ter, ter certeza ou desistir de vez do que não faz bem e do que fez, e do que faz. Algumas trilhas parecem, e outras, de fato, são difíceis de se caminhar. É preciso se proteger sem se fechar, descer do salto sem pisar no chão, ficar junto quando se quer solidão e vice-versa. Tentar ser razão e vez em quando dar vazão a uma chuva torrencial de sentimentos e lembranças e do que não foi e era pra ter sido e do que a gente, que se quer bem, só teima pra esquecer. Procurar uma fórmula mágica pra chegar ileso no final ou em um novo começo, é se frustrar e descobrir que bem pior é ficar alheio ao que passa. É, na verdade, passar o resto da vida procurando um milhão de fórmulas mágicas.

"[...]é preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê."  LH
                                                                                                                                                                                       

Mudança, incerteza e mar


Fragilidade reafirmada quando depois da despedida, incompleta, o deserto. Se sentir em meio a uma multidão que procura uma porta de saída e você, inconsciente, permanece parado enquanto todo o mundo passa, esbarra e vai, e se perde em meio a tantos outros. Frágil, que não se acostuma com esses acontecimentos tão corriqueiros, essa falta de quem confiar, essa doação eterna. Frágil pela ingenuidade de se manter presa ao que é efêmero, depender de algo que cedo ou não, se vai. E mais frágil ainda por não se arrepender disso. Forte por tentar reinventar a si e ao outro, frágil por nem sempre conseguir. Nem tudo é sol, é dia, é gente. Forte por ainda está erguida. Frágil por querer cair a cada segundo, falta de voz, falta de ser. As mudanças são inerentes ao ser humano, sim. Mas algumas delas, menores, quase despercebida pra uns, dói. Mudar dói, mais ainda quando não se quer. Mas é justamente quando se é imposto, que a mudança fica e marca, feito desenho na pele, que teimosia nenhuma há de tirar. Difícil é manter o bom que poderia ter sido, porque não existe quem viva de hipóteses, e enquanto se espera, o futuro chega e vira passado mais rápido ainda. Se manter na inércia raramente será a melhor das opções, mesmo que não se saiba como agir. Fazer planos pro futuro pode ser perigoso, é construir um castelo de areia pertinho do mar. Qualquer hora vem uma onda forte, bate e desfaz tudo. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

De repente, poesia

Minha poesia não se faz com um milhão de rosas vermelhas e 'eu te amo's estampados pro mundo inteiro ver. Minha poesia é um segurar na mão,um sorriso,um abraço...Como diz a música, "o detalhe que o coração atenta". Meu sorriso mais sincero hoje é pra quem com uma palavra,gesto,ligação, faz colorido um dia que tinha tudo pra ser cinza. Felicidade pode ser também ver algo bonito nascer onde as outras pessoas vêem mesmice. Se é que vêem.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Talvez

Nós vamos tentando recolher os pedacinhos das lembranças que ficaram pelos cantos menos aparentes da casa. O que foge às fotos, aos bilhetes e aos presentes; na tentativa - por vezes frustrada - de mudar o foco, se desligar e deixar. Não seria logo isso o impossível nesse mundo tão doido, cheio de surpresas e tempo. Que hoje parece não passar, mas que amanhã vai acelerar os ponteiros e assim deixar ser, ir. Nós vamos procurando - e por vezes também, encontrando - motivos, atos falhos, palavras avulsas e memórias em vão. Somos covardes, fracos e incapazes. Humanos. Nossas promessas passam longe de honrar o nome que carregam e, ainda assim, estamos vivos. Nos (re)descobrimos em milhões. Podemos ser outras músicas, outras manias, outros gestos, outros. Se assim quisermos e o tempo nos permitir. Olhe quantas estrelas ficaram por colorir! Talvez a inércia pareça o melhor agora e nada mude. TAL-VEZ. Mas quem é que quer viver do incerto,não é?! Que possamos encontrar um chão firme pra pisar e terras férteis pra deixar nossas sementes. E viveremos não de talvez,mas de dar chance ao acaso... mesmo a cabeça teimando em traçar a p* de um destino.

"Mas a solidão deixa o coração nesse leva e traz..."

domingo, 15 de abril de 2012

De onde eu não deveria (pensar em) sair


"Sei que estou sendo contraditório,mas como não ser? Eu amo ela. É a minha garota e pronto. Não tem como fugir disso. Eu disse que precisava de espaço, ganhei o espaço e agora estou ouvindo os ecos da minha própria voz gritando o nome dela. Bonito isso que eu disse né? Tem papel e caneta? Quero anotar pra ter o que dizer quando chegar lá." (tempo + espaço = falta. Gabito Nunes)

Acenda as luzes, afaste os móveis, puxe o tapete. Senta mais pra lá... Ou melhor, pode se levantar? Já não é hora de ir embora? Às vezes eu preciso estar só. Você pode entender isso. Quero sentir o gosto doce e idealizado de uma tal liberdade que eu nem sei direito o que é. Pra andar por aí sem me esquivar, pedir licença; sem querer explicações nem pedir justificativas. Andar torta ou talvez criar asas e voar,mesmo que eu não saiba pra onde. Você me permite isso? Aliás, não me permita nada. Posso andar sozinha... sei de alguns caminhos e se eu me perder pergunto pra alguém como faz pra continuar. Ou pra voltar, quem sabe. Por que eu voltaria? Porque um dia eu fiz planos, e mesmo que não tivesse os feito, estive em lugares em que eu não me importaria se tivesse de ficar pra sempre. Em outros desses dias perdidos eu recebi abraços enquanto tentava cozinhar alguma coisa, e senti meu coração pequenininho enquanto Renato Russo cantava ''Tempo Perdido'' naquela viagem de volta. Se eu não voltasse pelos meus planos, talvez voltasse por todas as vezes que vi o sol nascer e se pôr no céu mais bonito do mundo. Ou talvez porque deixei meu primeiro beijo, meu primeiro passo e minhas mãos entregues a alguém. Eu poderia continuar, mas se eu bem quisesse teria motivos pra voltar... poderia ser pelos sorrisos ou pelas palavras que guardo comigo, quem sabe por aquela chuva... você lembra? Tenho vontade de sorrir só em lembrar disso... e se não fosse pela chuva que fosse pelas flores ou ainda pelo jardim onde se decidiu a necessidade que um tinha do outro. Quem sabe eu volte porque em outro lugar eu não encontraria quem me beijasse com olhos e nem quem soubesse o significado de um beijo na testa, além de não saber também do meu nariz gelado quando sinto frio, de como sofro com cólicas, de como meu segundo sorriso costuma ser mais espontâneo do que o primeiro e de como fico contrariada quando se recusa meu pedido de ser levada sob os ombros... eu fiz planos,sabe... mas eu bem que poderia voltar em nome daquela lágrima beijada ou daquele abraço apertado... talvez pelos bilhetes, pelas fotos ou pela respiração quente. Os sorrisos que se abrem em todos os reencontros também me parecem motivos fortes para uma possível volta...ou permanência. Porque só preciso de um chão firme pra pisar pra fingir que você não sabia e dizer: quero ficar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ser abrigo


Voou. Como de costume e como voam as borboletas a favor do vento por 24 horas que mais parecem segundos. Não deixarei palavras espalhadas pela casa ou por onde quer que seja. Não mudarei e nem darei chance a qualquer raio de incerteza que tente vir até mim. Precisei dos tornados para me tornar forte. Deixei a covardia e o medo de lado e fiz ; como quem luta com a última arma na última das chances. E pude ver como tudo ainda estava intacto ali, tudo que era nosso. Aquelas palavras antigas e nunca gastas me rodeavam e me traziam meus mais bonitos sorrisos. Com os olhos e com o coração. E é aí que as palavras faltam e só as pulsações falam. E o gelo das mãos é que dá vazão ao que só esquenta a alma o os corpos. Meu lar, doce lar.



quinta-feira, 15 de março de 2012

Libertar-se


Se existe culpa, eu não sei de quem seria. Sem verdades, eu não gostaria de inventar um,dois ou três monstros para tirarem meu sono,minha estabilidade e meu conforto de estar de pé e naturalmente erguida. Com verdades, gostaria de experimentar ter uma cabeça fácil como a tabuada de 1. Sem maiores complicações, sem perguntas, respostas, suposições nem pressupostos. De fato, não gostaria de pensar em determinadas acomodações por erros repetitivos e julgados, por um mundo que é um inocente bebê travestido de gente grande e moderna, como comuns. Já ouvi dizer que absorvo os problemas alheios e que invento mais uns mil pra mim mesma, e ainda assim não saberia, nem poderia agir diferente. Talvez seja comigo essa onda de ser movida por extremismos capazes de desapertar nós tão fortemente atados e unidos dos modos mais únicos e puros, simplesmente por não só pensar como também saber o que não quero por perto. E mais ainda, é pelo romantismo de ser radical que me entrego aos meus gostos presentes e provavelmente aos planos futuros que escorrerão pelo meu rosto caso algo dê errado, e que ao invés cega , me deixarão de vista apurada e aberta a um pessimismo maior que o normal ; porque são os meus sentimentos que serão postos na berlinda ou na lista de inseguranças do que se torna senso comum mesmo fugindo do correto. Mas foi desde que soube que pra ser feliz é preciso coragem, que repito isso como uma prece todos os dias. E me jogarei a frente de tudo que quero,penso e sinto. E optarei por ficar vulnerável aos erros de sabe-se lá quem, assim como 2 pra 1 é 2. Ou 1.





domingo, 5 de fevereiro de 2012

Por mim

Hoje é meu dia de ser egoísta.Talvez um pouco mais do que já fui, ou tento ser. Hoje é dia de fingir que ouço e me preocupo com os problemas alheios, que estou disponível para conversas amigáveis sobre supostos casos que aos meus olhos acabarão por se tornar bobos e fúteis. Porque hoje, para mim, só eu que interesso e possuo as mais relevantes causas. Hoje é dia de se despir de todas as presunções e aparentar que não percebo as ausências tão mal maquiadas na tentativa de virar qualquer grão de comparecimento, nem a falta de ouvidos e incompreensão por qualquer um que me rodeie. Hoje é dia de achar que todo o mundo deveria silenciar para que eu pudesse com mais atenção ouvir todas as minhas dúvidas, uma por uma e me afogar nas inseguranças tão próprias de mim e que vez ou outra gritam por colo e quase nunca são atendidas. Hoje é meu dia de egoísmo assumido de ego gritante e duvidoso e até odioso por tanto ser assim. Hoje é dia de não sentir culpa, remorso ou arrependimento por ter deixado de ouvir ou fornecer mãos e ombros solidários para quem quer que seja. Hoje é meu dia de egoísmo, porque um entre tantos dias de egoísmo dos outros deveria ser meu.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Face your fear

E depois das quase-verdades e das dúvidas ainda hoje indissolúveis, aqui estou. Onde escolhi e persistentemente quis estar, prestes a fazer o que há um tempo resolvi me propor. Se os saldos serão positivos para mim e onde estarei daqui a cinco anos, meses ou daqui a cinco minutos... eu não saberia responder. As perguntas e respostas para estas vão bem mais além do que planejo, já que envolve tempo. E tudo aquilo que envolve tempo, acaba por um ângulo ou outro se tornando imprevisível. Estarei feliz? Obviamente é centro dos planos futuros, mas como parte da meta é também parte do meu desconhecimento e descobrimento contínuo, pouco a pouco, dia a dia, rotina a rotina. Vida a vida. Passaram-se 365 dias de incertezas, 12 meses de insegurança, horas e mais horas insones de angústia, mas como tudo, cheguei, e como hoje, continuarei repetindo a mim mesma todos os dias : face your fear. E enfrentarei os meus medos, os meus anseios, os meus monstros. Se necessário pedirei suporte e ficarei mais forte, como tenho me tornado mais segura após as provas de fogo elaboradas por mim e pelo acaso. E que seja leve, adorável, feliz e firme. Que me torne firme,forte.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

De verdade

Sempre me encantou o discreto, o contido, simples, leve e terno. Quando os olhos conversam, os sorrisos se entendem e as mãos quase de maneira involuntária se unem, ratificando qualquer forma de amor ou carinho. Nunca me foi necessário, apesar da insegurança carregada desde sempre, as milhares de declarações em público, ou como quer que seja para assegurar qualquer sentimento que fosse. Simplicidade é o que há. Um lembrete, uma surpresa, algo que signifique pra dois. Um lugar, uma música... Qualquer coisa que faça o amor renascer quantas vezes preciso for. Desconfio e assim digo de casais perfeitos, cheios de amores eternos e felizes para sempre, esquecendo que a união de dois se resume na união de dois seres humanos e, portanto, errantes. Pessimismo talvez; realismo, muito provavelmente. De tal maneira, a superficialidade de determinadas demonstrações públicas de afeto nunca me atraíram ou se quer me interessaram algum dia, simplesmente por achar que quando há amor e orgulho - indispensável - em se ter alguém do lado, tudo isso transborda. Pelos olhos, pelo corpo, como for. E o outro percebe, e sente, e ama. E seguem-se dois. Sem precisar do aval de mais ninguém pra ser amor e só. Assim, de um para outro... 
Que o amor se sinta e se reconheça. De corpo, alma, mente,coração e verdade.

[...]não há nada entre o que nós somos, o que nós vemos, nós somos verdadeiros .