quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ana, no more

Ana sabia o quão inútil e ingênuo seria se perguntar o porquê do coração disparado e da ansiedade. E tinha razão. Porque dessa vez,ela que sempre tem as respostas dos outros, atipicamente,tinha as suas também. Seria a primeira vez que Ana e ele não formariam um par nem se quer nos 3 segundos que se olham perdidos no meio dos outros. Não seriam deles mais nem por um fiapo de cabelo que fosse, nem nos filmes, nos escritos perdidos por aí ou nas notas de uma melodia que lembrasse qualquer passado ; e na realidade dos fatos e das convenções estabelecidas feito leis por eles mesmos e pelo mundo, não seriam mais dois nem aqui, nem amanhã. O fio que já não conduzia mais nada mas ainda assim ligava um ao outro, esticou tanto pelo danado do tempo que quebrou. Quebrou sem costura, sem jeitinho nenhum que consertasse. Quebrou de um jeito bonito, pra que nenhum nó nesse mundo, por mais bem dado e cego,surdo e mudo que fosse, atasse aquilo de novo. Os dois viraram dois estranhos. Ana passava em uma calçada diferente e em direção oposta à dele na rua que virou a vida dos dois. E não faziam a mínima questão de parar pra se cumprimentar ou encenar qualquer sorriso de canto de boca que fosse. Ele ia por terra, Ana pelo ar. Não falavam mais o mesmo idioma nem pelos olhos. Eram só mais dois passando por ali. Ana não olhava pro lado,nem permitia o coração que desregulasse o ritmo que tinha estabelecido na ausência dele; mas ainda assim, tudo aquilo era só resposta pras indagações inúteis de Ana.

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