terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre anjos e sorte

Um ontem: Como eu queria na menor de minhas expectativas saber o que te dizer agora. Mas assim, nem sei como começar,por onde começar...Porquês eu tenho de sobra, e enfadada de todos eles que sempre me voltam sem resposta, só preciso de um prefácio, já que pretextos também não faltam, nem quando são destruídas minhas próprias vontades, levando à falência tudo aquilo que poderia me salvar ou aliviar,quem sabe. E tento os sons,as outras palavras, outros universos. Nada. Talvez a pressão de querer tirar tudo isso de mim só me deixe cada vez mais imóvel,presa. Daí que eu procuro aquela música, mas nada me vem a cabeça. Vai então mais uma dose de mesmice, de tudo aquilo comum e que hoje nem me irrita mais. E se as palavras nunca mais voltarem? E se tudo se esvair? Eu desapareceria também? Provavelmente, mas de nada adianta se depois de uma introdução que não leve a lugar nenhum, o amontoado de palavras sem sentido não chegue a você, porque não dizem metade do que eu falaria... se eu conseguisse, se eu pudesse; se ao menos uma chance me fosse dada. A verdade é que isso não será possível, nem aqui, nem depois. Sou pequena demais.
         Um hoje: Talvez eu tenha descoberto o que me deixa tão presa nessa inércia  permanente a que quase me obrigo a ficar sempre que me proponho a falar de ti. Não lembrar, falar mesmo. Lembrar, você bem sabe que não passo um dia sem. Deve ser até chato eu te chamar tanto,questionar tanto, encher tanto. Mas isso é outra coisa involuntária minha, bem mais difícil de mudar...Sobre as outras coisas, os outros desejos e afins, é mais simples : deixo-me invadir, ponho uma música, lembro de algo especial ou simplesmente de uma falta humana, uma ausência... Com você não. Mesmo com a intensidade das lembranças, das conversas e das palavras acolhedoras, é difícil acontecer, deixar ser... Mesmo quando existem sentimentos gritando em mim, tão controversos e ainda assim,saudáveis. Talvez seja porque toda palavra é insignificante demais pra ti, toda ação é mínima e perto de tua grandiosidade, sou pequena demais. Sim, eu também sei que não deveria ser assim. Mas não esqueça que sou apenas humana. Aceite minhas palavras tortas,meus pensamentos tortos e meus erros que evidenciam mais do que nunca minha condição na terra. Você sabe bem o que eu queria dizer sobre tudo isso. Ah, você bem sabe. Sabe tanto que me faz sonhar,pensar e até perder o sono; ficar alegre em dias entediados e triste quando a ausência transborda. Mesmo com a pequena presença física de antes e essa distância que insiste em querer me colocar a prova da imensidão de alguns sentimentos além dos outros empecilhos tão... humanos também. Você sempre presente, disposto a ajudar, dar aquela força e a parte mais bonita que conheci : a grande capacidade de arrancar sorrisos. De mim e de outras pessoas tão igualmente importantes e partes de mim. E hoje, diante de tudo e de todo o tempo, não há atitude maior que eu tenha se não agradecer. Ao tempo, ao destino e a pequena que foi elo indispensável pra que eu conhecesse uma das pessoas mais incríveis na minha vida. Não deixei os porquês de lado, ainda quero saber, só que agora: Por que eu? Sou tão merecedora assim? Não existe presente maior no mundo do que ter tido a chance de passar por ti e ainda te conhecer. Saber que faço um bem danado e que sou amada - até em turco!- e que devolvi tudo na mesma moeda - ratificando o que eu disse acima sobre as palavras faltarem pra você. - E hoje, também sei que sabe : 
Você nunca mudará em mim, nunca!

E senti ter naquele instante que já era eterno...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

547 e mais

Porque quando as perguntas tiram o sono e a demora, a segurança; eu volto. Ora para as palavras que escapam e quase sempre escorrem pelos dedos quando necessárias, ora para as imagens nítidas e inquestionáveis sobre um passado nunca tão presente para mim. E se não tenho o tal par de olhos fixos que me tragam lembranças do que ainda se vive por trás da moldura congelada que guarda o retrato na parede, eu volto para você. Mesmo que a distância não me deixe acompanhar os batimentos cardíacos e nem as mãos que outrora foram gélidas ou molhadas de ansiedade . E se também não tenho tuas palavras ou simplesmente teu respirar, ao longe como forma de consolo , me imagino perto de ti; como sempre estive. E por mais que as forças naturais e os instintos de ser assim , humana , tentem me arrancar , permaneço. E cada vez mais, dependente. E te agradeço por ter estado sempre por perto também, com sinais, amor e compreensão. Com o sol, quando só se vê tempestade; com as certezas, quando só as dúvidas conseguem me compor. Me fazendo ser sorte, apesar da instabilidade. E entre o rastro indissolúvel de incertezas, me perco perguntando se assim ainda o sou para você. Você que tanto já insistiu, acreditou, apostou tudo. Nada a perder. Você que já me jurou a vida inteira e que também incerto dos fenômenos agora tão naturais que norteiam a cabeça dos homens, me mostrou certeza também. Você que entre noites de cansaço e sono, optou por minha voz, quase sempre perdida. Você, com mente, mãos e ombros sempre tão dispostos a me acolher, segurar. Porque basta que segure minha mão para que minha cabeça consiga suportar o peso que na maioria das vezes vem simultaneamente a tudo, sempre a tona; tentando fazer com que eu cresça após cessar, quando me sinto cada vez menor, imperceptível. Basta qualquer coisa que lembre você. Música, lugar... ou aqueles detalhes pequeninos que nunca me escapam e nunca nos foge também. Permaneça assim. Seja. Pra que eu possa também cuidar de ti. E entre tanta mobilidade e incerteza, fique. Não se perca de mim. Não saia, não solte. Não deixe. Sei que não desistiremos, porque apesar de dois, quando sozinhos não somos nada. E por mais que desistir seja o caminho mais fácil e se afastar, o mais prático, sei que não desistiremos; que seguiremos fortes e em frente, apesar das dores e do cansaço que insistem em puxar nossas pernas. Sei que juntos esperaremos o dia clarear, a chuva passar... E aí, quando acharmos que ainda é hora de esperar, nosso dia chegou. E se vier noite, que seja de lua cheia; se os ponteiros correrem, que seja pra sairmos da rotina; e que se for chuva, que seja por noites de ponteiros lentos pra que eu possa me aninhar em ti e entre suspiros dormir. Amanhã é outro dia, e a despedida nunca mais irá chegar. 


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Memories


E aquelas fotografias desgastadas e cheias de sorrisos pueris me aproximavam da verdade de ter algo bom para lembrar quando se olha pra trás. Porque tudo parecia mais verdadeiro,mais eterno. E com exceção do dia e da noite, a efemeridade quase nunca precisava pintar suas cores, já que se tudo fosse fixo e inerte, diferença nenhuma faria. Afinal, era por esse ângulo que eu via a vida. Mas e não era mesmo pra vida toda? É que no tempo daquelas fotografias, outras palavras às vezes parecem soar como algo que diz que foram felizes para sempre. Estranho. Mas e sobre elas,ainda existem. Velhas,manchadas e desgastadas, quando não irrecuperáveis. Foi ontem. Hoje de manhã. O amor à primeira vista pelo mar, as amigas de todo o sempre,as sandálias e bonecas preferidas, a cor-de-rosa e a preferência por tudo que me é oposto hoje. Além do jardim,que eu conhecia como a mim mesma. O meu jardim. As pétalas em tons de rosa claro e aveludadas, os galhos finos e as pedrinhas pequenas. E se tem lembrança de cada detalhe, pequeno,não ínfimo. Quando se importa e emociona,lembra. Tudo aquilo que marca. E com ele,por motivos tão óbvios para mim,não poderia ser diferente. Foi como aprendi que mesmo que se tenha quebrado a flor preferida de alguém, quando se assume, o perdão vem logo banhado por orgulho. Bom se assim ainda o fosse. Como uma sequância cronológica e exata de fatos. E eu poderia até ter certeza. Porque no tempo das fotografias eu ainda tinha certezas em mim. Só existia o meu Deus e as minhas crenças, o mundo sempre seria salvo no final do dia e quem eu amasse teria o poder de ser para sempre. E no mais,apenas sinceridade. Mentir por quê? Mesmo depois da flor mais bela quebrada ainda se tem o perdão. Tudo tão perdoável que não valia a pena se esconder a verdade ou se esconder atrás dela. E assim,liberdade. Para investir em limonadas na porta de casa, para juntar as calcinhas e fugir -mesmo o portão obrigando a volta-. Livre pra se escolher quem vai estar do lado no futuro - talvez um dos únicos planos reais,concluídos; que não precisou mudar. Liberdade para escrever cartas, pedidos de desculpas a quem estava do lado e forjar cartas de amor e reconciliação. E com o sentimentos mais nobre que se pode ter alguém livre, acreditar que um muda o mundo. Não de forma cíclica,apenas um, entre mudos. E talvez até tenha conseguido mudar o pequeno que se era no tempo das fotografias. E não me tenha como desiludida,cansada. Ainda é cedo, ainda há tempo, e as mudanças maiores,sei bem, foram aqui dentro. Mas dessa vez de modo cíclico, porque essas mudanças tão inerentes ao ser humano foram consequências e causas de toda uma cadeia. Uma reação entre elas. E para todas as (in)evitáveis passagens e mutações, as testemunhas de que existiu um passado. E que se tem algo bom para lembrar quando se olha a estrada que ficou para trás.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sina

Eu sei que algum dia esses meus pensamentos pela metade irão chamar por mim para que eu substitua suas reticências por considerações finais. É difícil fazer a previsão de como estas serão, se é que conseguirei desalinhá-las algum dia. Se puder, que o fim agrade. Caso contrário, deixo esse trabalho amavelmente doloroso às fadas luminosas,duendes e seres imaginários. Que os finais se construam em imensas probabilidades e combinações e que uma destas sirva à mente de quem respira as minhas palavras.


Ou que não exista fim.  I  go be back. 

A verdade é que sempre volto. Como o texto,  rabiscado em  um caderno antigo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Desafio Dos Sete

Complicado, mas divertido. Com as devidas desculpas pela demora, as respostas do Desafio Dos Sete, enviado por Larissa Lins (minhaneologia) que me fez ter a certeza, mais do que nunca, do quanto me desconheço.  

7 coisas que tenho que fazer antes de morrer:
- Pensar no que fazer antes de morrer;
- Ficar perto das pessoas que amo;
- Tocar violão e gaita também, por que não?
- Ver chuva e sol na praia;
- Viajar!
- Me formar :)
- Fazer o máximo por quem merece


7 coisas que mais digo:
- Amor
- Joseph
- Velho 
- Nam
- Sério?
- Muito (?)
- Chato!


7 coisas que eu faço bem:
- Ler 
- Tirar a paciência das pessoas
- Sentir ciúmes 
- Escrever? Eu tento...
- Dormir 
- Drama
- Sorrir


7 defeitos meus: (só sete?)
- Ansiosa
- Desastrada
- Impaciente
- Inconstante
- Estressada
- Possessiva
- Insegura


7 qualidades: (Por alguém suspeito pra falar... Obg amor!)
- Sincera
- Fiel
- Amiga
- Atenciosa
- Inteligente
- Humilde
- Responsável


7 coisas que eu amo:
- Chuva com sol
- Música
- Ler 
- Escrever
- Estar perto, ♥
- Abraços
- Ser mimada 


É só! ;*

(Des)encantamento do mundo

Para as capas duras e negras, as páginas amareladas e as minúsculas letras gastas - já que assim vejo livros filosóficos - seria a partir de um momento - em uma época "moderna", onde os seres pensantes se vêem no centro de tudo - em que se deixa de acreditar em mitos e monstros; em lendas. Talvez de forma egoísta e equivocada, às vezes, mesmo rodeada de cores e páginas brancas, é assim que vejo o mundo. Não só o meu, mas o mundo. De-sen-can-ta-do. Separadamente, porque é com uma dor que incomoda lá dentro que decodifico cada uma dessas sílabas. É de certo, que tal desencantamento não tenha se dado para mim pela procura frustrante de monstros, lendas e mitos. Mesmo considerando a hipótese de que possam estes apenas ter mudado de nome ou endereço. Me desencanto pelo que as situações me obrigam a ver; pois assim como quase todo o resto do mundo, eu também tento procurar o mais cômodo, camuflar problemas, tapar meus olhos e fingir. Fingir que está tudo nos conformes e no seu devido lugar, mesmo não sabendo qual seria o devido lugar. E ultimamente, de modo a tentar me enganar mais uma vez, venho dedicando meus pensamentos e alguns minutos do meu dia a falar de desencantos ou qualquer outro nome que se escolha chamar. Pois como está, esse será mais um pequeno detalhe que passará por despercebido. Assim como os olhares tênues e os restos de roupas escuras que tentam se configurar todos os dias em um determinado espaço. Como a luta dia após dia contra fome, frio e contra a própria existência. Como as mãos estendidas em vão, pedindo não por atenção, mas por uma chance. E me dói sim parar para pensar que enquanto escrevo para salvar minhas ideias, meu tempo e a mim mesma, outros lutam para se salvar da própria realidade e daquilo que tão generosamente chamam de vida.

"Há os que se queixam do vento. Os que esperam que ele mude. E os que procuram ajustar as velas." (William G. Ward)

Tudo uma questão de escolhas...






domingo, 27 de fevereiro de 2011

Volte

Para clarear. Por mais uma vez; me perdoe, é que às vezes mudar o foco é tão difícil quanto concentrar-se nele. E para mim, de uns tempos pra cá fica cada vez mais complicado ter que mudar as frases,os sons e as palavras que me seguem - e que de uma forma ou de outra, se tornaram feitas demais para que o vento por si só possa levá- las para longe - . Mas tudo bem, se preferir, dessa vez eu posso guardá - las comigo. Eu sei, não serei forte o suficiente para impedir que quando chegue a hora, rompam a corrente que as prende umas nas outras. E mesmo que fosse, eu não faria; mas disso você já sabe : retrocessos não fazem parte de mim. E sim, eu também não teria motivos para descuidar destas que só pela existência me preenchem e nem sabem. E como aviso prévio digo: Comigo elas não serão as mesmas por muito tempo. As embaralharei,assim como esse nome, por muitas e muitas vezes. E por outras, também impacientemente, precisarei que sumam para que eu possa reescrevê-las mais uma, duas e outras vezes seguidas, sempre que preciso. E mais do que por mim, eu cuidarei. Porque além da minha parte com elas, tem uma sua também. E mesmo quando separadas, envelhecidas ou camufladas, você sempre estará ali, comigo ao lado tentando inquietamente unir tudo novamente da forma que menos me desapontar. Unirei - as para te sentir mais perto de mim sempre que relidas. E eu lamento muito se por final, devido a minha ansiedade, você juntamente com elas, ficar mal montado, desigual. Saiba que minha pressa é por medo. Medo de que o vazio me asfixie caso eu faça o tempo andar em passos curtos. E de uns tempos pra cá, as voltas dos ponteiros se tornaram mais longas e os números do relógio se distanciaram imensamente uns dos outros. Mas mesmo longes, um dia chegam. Olhe só quantas coisas já chegaram ! E eu espero, não pacientemente , por seus dedos entrelaçados nos meus, seu toque suave e sua intensidade. Espero por completo e por quanto tempo for. Porque de todas as minhas certezas, é de certo que saibas o poder que tens para colorir meu dia, minhas frases, meus sons e minhas palavras . O poder que tens para tornar a elas e a mim, mais vivas, mais reais.


*Não é que ele - o intervalo - tenha sido quebrado; às vezes é difícil resistir. 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Break

Eu não sei ao certo se isso seria um pedido de desculpas. Entenda como quiser, e antes de tudo, me entenda também. Primeiro ouça minhas palavras confusas e desordenadas já que não consigo ser breve. E talvez, seja isso mesmo que essas palavras queiram: um pedido breve. Às vezes, precisamos dar um tempo até daquilo que nos faz bem, e ultimamente, é assim que tem sido com você. Não irá se tratar de uma volta definitiva, permanente. São apenas explicações, já que tudo é uma questão de inconstância. De sim e não. Não irei lhe deixar também, nem pôr de lado. Não faz parte dos meus planos negar quem tanto esteve comigo; mesmo quando se fazia presente apenas em pensamento e vontade. Falo de todo o tempo, toda a vida. De todas essas palavras que tem ouvido - e sentido - calado, quieto. E então, por falta de mais pretextos, o pedido breve: peço apenas que me espere, que tenha paciência. Me deixe tentar organizar, correr atrás das minhas metas, dos meus planos. Espere, porque eu sempre estarei aqui. Em pensamento, coração e palavra. Enquanto isso, tente ensinar a quem te busca, tudo que já conseguiu me ensinar também.



Ao blog, um tempo. De 15 minutos, 3 dias , 5 semanas ; quem sabe...