quarta-feira, 28 de agosto de 2013

''Desrotulado''

Porque dentre os medos que todos os dias feito remédio que não se pode perder a dosagem , eu alimento, está o medo de te escrever. De nos (d)escrever. Poetizar nós dois seria como confundir as dosagens com os males e acabar anestesiando a nossa melhor parte. Exibir em carne viva e por aí acabar distorcendo os nossos mais bonitos detalhes. O nosso acaso, nosso caso, as desconexões gigantes que por fim, levaram ao encontro, os acertos nas menores possibilidades. Nós dois somos jogos de loteria em que as chances de ganhar são vagas, mas as pequenas porcentagens levam a persistência, e nós insistimos feito crianças teimosas mesmo sem saber qual o prêmio final. As obrigações perdem o sentido do nome em cada riso descomprometido que modifica as lentes por onde vejo se não um, os dois. As mesmas lentes que me mostraram sobre os riscos pequenos de futuro e aos grandes do que se mantem inertes. Nós dois somos gigantes demais e não cabemos nas minhas linhas. Somos sorriso largo sem poesia cara ou palavra que enrola a língua. E é por isso que eu deixo que nossa poesia não seja viva a mais ninguém, a não ser a nós, os próprios autores, que em linhas tortas poetizam, e nem sabem.



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