Porque dentre os medos que todos os dias feito remédio que não se pode perder a dosagem , eu alimento, está o medo de te escrever. De nos (d)escrever. Poetizar nós dois seria como confundir as dosagens com os males e acabar anestesiando a nossa melhor parte. Exibir em carne viva e por aí acabar distorcendo os nossos mais bonitos detalhes. O nosso acaso, nosso caso, as desconexões gigantes que por fim, levaram ao encontro, os acertos nas menores possibilidades. Nós dois somos jogos de loteria em que as chances de ganhar são vagas, mas as pequenas porcentagens levam a persistência, e nós insistimos feito crianças teimosas mesmo sem saber qual o prêmio final. As obrigações perdem o sentido do nome em cada riso descomprometido que modifica as lentes por onde vejo se não um, os dois. As mesmas lentes que me mostraram sobre os riscos pequenos de futuro e aos grandes do que se mantem inertes. Nós dois somos gigantes demais e não cabemos nas minhas linhas. Somos sorriso largo sem poesia cara ou palavra que enrola a língua. E é por isso que eu deixo que nossa poesia não seja viva a mais ninguém, a não ser a nós, os próprios autores, que em linhas tortas poetizam, e nem sabem.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
*Insira o som do seu riso aqui*
Eu poderia achar que você não dá um texto. Você não é romance, não é príncipe em cavalo branco, não faz a linha roteiro de novela e nem é alguém com quem consigo ver qualquer risquinho do meu futuro quadrado; só sabe me fazer bem. E eu, frustrada com os romances, eu, que tenho repulsa a príncipes encantados e eu, que enjoo com os finais clichês e sem vida das novelas, me sinto feliz com as intimações suas. Talvez goste do fato de não estar completamente só, ou goste de ver meu avesso refletido na tua falta de jeito com as palavras, no estilo oposto ao meu, na falta dos tantos protocolos que eu tenho e desse jeito cheio de você quando quer me convencer de alguma coisa. Talvez eu só esteja gostando de me arriscar demais perto de você, de experimentar um jeito diferente que só se iguala quando a gente fecha a boca pra ouvir música ou fica envolvido em qualquer abraço digno de quem não imagina ter se ganhado há tão pouco tempo. Bom é se sentir livre, mas ter você pra arrancar sorriso quando o dia parece meio sem cor. Bom talvez seja o gosto do cigarro na boca, da falta de preocupação. De ser nem aí demais quando eu quero saber o pensamento até de quem eu não conheço sobre mim. Feliz sou eu que não confio em ninguém, mas que deixei você me riscar com as cores da sua tatuagem. Feliz sou eu, me arriscando feito criança que molha o pé pela primeira vez na água do mar e entrega o ouro à meu pior inimigo: eu e minhas paranoias habituais.
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