domingo, 26 de junho de 2011
quinta-feira, 9 de junho de 2011
547 e mais
Porque quando as perguntas tiram o sono e a demora, a segurança; eu volto. Ora para as palavras que escapam e quase sempre escorrem pelos dedos quando necessárias, ora para as imagens nítidas e inquestionáveis sobre um passado nunca tão presente para mim. E se não tenho o tal par de olhos fixos que me tragam lembranças do que ainda se vive por trás da moldura congelada que guarda o retrato na parede, eu volto para você. Mesmo que a distância não me deixe acompanhar os batimentos cardíacos e nem as mãos que outrora foram gélidas ou molhadas de ansiedade . E se também não tenho tuas palavras ou simplesmente teu respirar, ao longe como forma de consolo , me imagino perto de ti; como sempre estive. E por mais que as forças naturais e os instintos de ser assim , humana , tentem me arrancar , permaneço. E cada vez mais, dependente. E te agradeço por ter estado sempre por perto também, com sinais, amor e compreensão. Com o sol, quando só se vê tempestade; com as certezas, quando só as dúvidas conseguem me compor. Me fazendo ser sorte, apesar da instabilidade. E entre o rastro indissolúvel de incertezas, me perco perguntando se assim ainda o sou para você. Você que tanto já insistiu, acreditou, apostou tudo. Nada a perder. Você que já me jurou a vida inteira e que também incerto dos fenômenos agora tão naturais que norteiam a cabeça dos homens, me mostrou certeza também. Você que entre noites de cansaço e sono, optou por minha voz, quase sempre perdida. Você, com mente, mãos e ombros sempre tão dispostos a me acolher, segurar. Porque basta que segure minha mão para que minha cabeça consiga suportar o peso que na maioria das vezes vem simultaneamente a tudo, sempre a tona; tentando fazer com que eu cresça após cessar, quando me sinto cada vez menor, imperceptível. Basta qualquer coisa que lembre você. Música, lugar... ou aqueles detalhes pequeninos que nunca me escapam e nunca nos foge também. Permaneça assim. Seja. Pra que eu possa também cuidar de ti. E entre tanta mobilidade e incerteza, fique. Não se perca de mim. Não saia, não solte. Não deixe. Sei que não desistiremos, porque apesar de dois, quando sozinhos não somos nada. E por mais que desistir seja o caminho mais fácil e se afastar, o mais prático, sei que não desistiremos; que seguiremos fortes e em frente, apesar das dores e do cansaço que insistem em puxar nossas pernas. Sei que juntos esperaremos o dia clarear, a chuva passar... E aí, quando acharmos que ainda é hora de esperar, nosso dia chegou. E se vier noite, que seja de lua cheia; se os ponteiros correrem, que seja pra sairmos da rotina; e que se for chuva, que seja por noites de ponteiros lentos pra que eu possa me aninhar em ti e entre suspiros dormir. Amanhã é outro dia, e a despedida nunca mais irá chegar.
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